Vai lá! Eu deixo você ir.
Vai lá pra sua garota, cara!
Hm…certo. Ela está namorando. Essa é estranhamente, uma situação muito parecida a uma a qual você me submeteu.
Mas, bem, se não for ela, você encontra outra. Alguém que você ame de verdade e que não sinta apenas atração. Alguém que você olhe nos olhos e saiba que sente amor, não apenas paixão. Alguém que mude a sua percepção sobre o sentimento.
Você me ensinou muito sobre a vida, relacionamentos, política e, principalmente, sobre você.
Aprendi que enquanto você posta em uma determinada rede social sobre o seu coração ter sido partido, sobre estar na tão falada “friendzone”, sobre as mulheres não terem coração ou sobre você não crer mais no amor…há uma garota.
Uma garota que você esqueceu.
Uma garota, coberta por um edredom azul marinho, chorando copiosamente, jurando a si mesma que precisa te tirar do coração pra ele parar de doer. Porque você é como uma droga ilícita: no início é prazeroso, trás euforia, sensações únicas e uma alegria inimaginável. Você faz mal, antes que se possa notar. Seus prazeres escondem os seus malefícios. E quando eu precisei me afastar, entrei numa crise de abstinência de você.
Mas é isso que eu estou fazendo.
Agora é pra valer.
Sem medo de estar errando. Sem medo de sentir a sua falta nos próximos anos. Sem medo de achar que tomei a pior decisão possível. Sem medo de ficar pensando “e se?”.
Porque você se foi primeiro. Você me abandonou. Você me deixou sozinha, quando eu ainda estava do seu lado. Me trocou por ela — da pior forma possível.
Foi você quem me deixou de lado.
Foi você que me deixou pra lá.
Foi você que me ignorou.
Foi você que se esqueceu que eu estava viva.
Foi você.
Não é preciso só falar de amor próprio: é preciso praticá-lo. É preciso vivê-lo todos os dias, como o mais importante dos relacionamentos. E é aí que está: eu me traí com você. Me enganei com você. Me quebrei por você. Fiz tudo o que jurei a mim mesma jamais fazer. E foi por você.
Não posso continuar fazendo essa barbárie a mim mesma, como se fosse algo saudável. Não posso continuar insistindo em algo que só me faz mal, só me põe pra baixo.
Não posso continuar amando profundamente alguém que nunca me amou.
Então, aqui estou eu. De frente ás grandes portas do seu coração. Talvez eu nunca tenha estado aqui pra valer. Talvez minha mente tenha me enganado.
Encaro algumas rachaduras na entrada e sorrio: não fui eu que as causei.
Minha grande mala está do meu lado.
Eu quase posso ouvir nitidamente cada batida do meu coração. Aquela sensação nervosa me matando por dentro. Mas uma pequena alegria: não vou mais chorar por você. Acabou. Estou livre.
Agora eu posso ir.
E você também.
Vai ser uma longa guerra pela frente: você me vendo com outros, eu te vendo com outras.
Quero seguir em frente. Quero beijar outras bocas, flertar, conhecer gente nova e me divertir. Quero que esse seja o melhor ano possível e, principalmente, quero que você não esteja nele.
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