segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Elite - A nova série da Netflix que promete ser um sucesso!




   Elite - A nova série da Netflix que promete ser um grande sucesso!





   Dramas marcantes, personagens reais e bem construídos, ótima fotografia e enredo muito bem construído. A recém estreada série da Netflix promete ser um grande sucesso!

   Elite - estreada em 5 de outubro - conta com Marina (María Pedraza), Nano (Jaime Lorente) e Christian (Miguel Herrán), conhecidos por interpretarem Alison Parker, Rio e Denver em La Casa de Papel. Composta por um suspense deveras pesado, Elite é contada em dois tempos difentes (passado e futuro) intercalando entre os acontecimentos no colégio (anteriores ao assassinato) e os alunos sendo interrogados (após o ocorrido). Além disso, série é composta por um misto de referências que vão desde Gossip Girl á RBD (é sério!).

   A série conta a história de três alunos que vão estudar em um colégio de Elite, após um acidente ocorrer no colégio onde estavam. Já em seu início a diferença de classes passa a ser um problema. Desde o início, já é perceptível a forte crítica social lançada ao tema, como o fato dos três alunos já serem tidos como suspeitos, pelo simples fato de terem pouco poder aquisitivo. 





   Além disso, o ponto de vista de vários personagens são mostrados com atenção e profundidade, permitindo que o público possa vê-los com interesse e - muitas vezes - preocupação. O suspense está ali a todo momento, justamente com o clima de pode ser qualquer um, além da série contar com uma playlist muito bem selecionada e encaixada nos momentos certos (e de forma muito peculiar).

  Apesar disso, nem tudo são flores e a série também conta com alguns pequenos furos de roteiro, personagens que tomam certas atitudes sem justificativa alguma, diálogos fracos (principalmente os da Marina) e algumas pequenas voltas estilo novela, que não acrescentam nada ao enredo e só estão ali para criar uma pequena tensão passageira.

  Com o foco no público adolescente (apesar de ser +18) a série possui alguns dramas da idade - que são muito bem elaborados -, críticas fortes e polêmicas, e alguns momentos de cair o queixo. Vale a pena dar uma conferida!







quinta-feira, 18 de outubro de 2018

[TEXTO] A aceitação do "adeus"

A aceitação do “adeus”

Texto escrito por mim, cerca de dez minutos depois de saber da notícia do falecimento da minha avó, que estava com câncer no intestino e havia sofrido um AVC. Há uma grande repetição da palavra “senhora” — que é a forma como eu sempre me referi a ela. Perdoem se houverem erros gramaticais.
Eu pensei que a senhora fosse voltar.
De verdade, foi o que pensei.
Talvez eu fosse esperançosa demais. Talvez eu nunca tenha sentido o peso da morte de verdade. Talvez eu estivesse me enganando...mas eu acreditei.
Sabe Vó, eu escrevi um texto pra você. Não esse: um texto grande, bonito, esperançoso. Um texto inteiro dizendo que eu te amo e que seria incrível quando a senhora voltasse do hospital…
Mas a senhora não vai voltar.
Por quê? - eu me pergunto - Por que havia a necessidade de que a senhora se fosse agora? Por que não houve um aviso prévio, um sinal, algo ou alguém que me dissesse que aquele “dia das mães” seria o último ao seu lado?
Eu ainda não consigo acreditar, vovó. Em nada disso.
Pra mim a senhora ainda está no hospital, “dodói” — como você costumava falar. Pra mim a senhora ainda vai passar por algumas coisinhas, mas depois vai voltar pra casa, feliz e bem. Pra mim eu ainda vou poder te dar o último abraço, ter uma longa última conversa, vou poder passar longos 15 minutos te abraçando e dizendo o quanto te amo, te admiro e o quanto a senhora foi importante na minha vida.
Fico triste e arrependida em saber que não poderei fazer mais isso. Que eu devia ter feito isso antes que a senhora se fosse, durante as férias que eu passava na casa da senhora, quando pequena, durante o último dia das mães, durante um de seus muitos aniversários ou em um dia normal, simplesmente chegar na senhora, te dar aquele abraço e te contar que pra mim a senhora é a minha segunda mãe e que eu faria tudo pra que a senhora fosse eterna.
Se eu soubesse...eu faria tudo isso.
Tocaria os seus cabelos e te diria que são os mais lindos do mundo. Que você foi a pessoa mais doce que eu já conheci na vida. Te faria sorrir. Lavaria a louça, enxugaria os pratos, limparia os móveis, cozinharia… só pra te ajudar e não deixaria que a senhora sofresse nunca. Te pediria a benção, te contaria tudo o que têm me acontecido, te tranquilizando e te deixando claro que tudo está bem comigo. Já que desde o meu pequeno distúrbio alimentar, isso tem a preocupado demais e eu, erroneamente, não consegui te passar confiança o suficiente e te fazer confiar que eu não vou deixar que isso ocorra novamente.
Eu queria que a senhora soubesse que se eu pudesse eu não deixaria que nenhum sofrimento lhe atingisse. Não permitiria que nada daquilo acontecesse. Eu lutaria, faria o que fosse preciso, faria que fosse diferente.
Sabe, que, mesmo não estando mais aqui, mesmo não podendo me abraçar e dizer algum conforto, a senhora está me ensinando uma lição. Está me mostrando que devemos valorizar o hoje. Não esperar acontecer algo assim para dizer “eu te amo” pra alguém porque hoje é importante. Que não devemos nos envergonhar de mostrar afeto e que devemos valorizar cada segundo, pois é muito precioso.
Eu sei que a senhora está feliz agora. Eu sei disso, é o que me alivia. Mesmo com toda essa saudade, o que me deixa bem é saber que a senhora está bem melhor. Que todas as coisas que eu faria para que a senhora não sofresse já foram feitas, que Deus está bem aí, do seu lado agora.

[TEXTO] A morte

A morte

A verdade é que nós ainda não sabemos lidar com a morte.
Não estou dizendo que não sabemos o que é morte, é óbvio que sabemos.
Até decoramos todo o processo, desde o nascer, até o grande — ou pequeno— dia. Sabemos, todos nós, que aquele nosso amigo pra todo momento um dia vai. Sabemos que aqueles nossos familiares que só vemos nos natais vão. Que nossos inimigos vão. Nossos pais. Os bichinhos de estimação. Aquele seu vizinho que ouve música alta até tarde….iih, esse é que vai mesmo.
Temos total certeza de que um dia eles se vão, talvez antes de nós, talvez depois. Mas mesmo assim, é só vir a grande notícia e lá estamos nós, profundamente chocados, chorando copiosamente, por uma morte que já sabíamos que um dia iria vir, já que é a única certeza que temos na vida.
Mas a minha pergunta é: por que não sabemos lidar com a morte?
Ela está aí, nos noticiários, no meio do trânsito, nos corredores dos hospitais, na ficção…
E não sabemos lidar com a lazarenta.
Mas pra não dizer que não temos nenhum mérito, que somos seres que não sabem lidar com os problemas e que nos quebramos com uma facilidade absurda — o que é uma verdade irrefutável — Nós sabemos sim, lidar com a dor…a dor do outro.
Alguém perde um familiar que você nunca viu na vida e você tem todos os conselhos e aceitações na ponta da língua, de repente se vê graduado na psicologia-do-descanse-em-paz e se vê pronto pra escrever um livro de quinhentas páginas sobre como é fácil superar o grande bater de botas. Acredite, tem gente que faz isso, não estou brincando.
Mas então, quando a dor é nossa…
Aí não.
Aí não pode.
Aí estamos perdidos.
Aí perdemos o chão.
Aí os conselhos somem.
Aí você se vê indignado com cada pessoa que ri ou está feliz naquele fatídico dia — inclusive aquele pobre coitado não tinha a mínima noção de quem era a sua tia Gertrudes.
Isso acontece porque não queremos ver quem amamos sofrendo. Não suportamos a mínima possibilidade de ver aquela pessoa que te fez bem por tanto tempo gemendo de dor e sofrimento numa cama ou em um corredor de hospital, ou até gritando de dor dentro da sua própria casa.
E mesmo quando a morte é rápida e indolor, nós sofremos. Porque ver aquela pessoa sumir da nossa vida é algo assustador o suficiente para arrancar lágrimas de nossos olhos enquanto as mesmas limpam os nossos globos oculares e incham toda a nossa cara.
Daí produzimos séries sobre o assunto, escrevemos livros, contamos para as criancinhas sobre o processo de “nascer, crescer e morrer”, ao mesmo passo em que damos valor a coisas fúteis que julgamos importantes enquanto aquela pessoa especial está bem do nosso lado e nós não aproveitamos o momento, porque sempre achamos que vamos ter mais tempo.
Fazemos tudo isso enquanto negamos com todas as forças o grande fato inegável: que não sabemos lidar com a morte.

[TEXTO] Vai lá! Eu deixo você ir



                                     Vai lá! Eu deixo você ir.

  Vai lá pra sua garota, cara!
  Hm…certo. Ela está namorando. Essa é estranhamente, uma situação muito parecida a uma a qual você me submeteu.
  Mas, bem, se não for ela, você encontra outra. Alguém que você ame de verdade e que não sinta apenas atração. Alguém que você olhe nos olhos e saiba que sente amor, não apenas paixão. Alguém que mude a sua percepção sobre o sentimento.
  Você me ensinou muito sobre a vida, relacionamentos, política e, principalmente, sobre você.
  Aprendi que enquanto você posta em uma determinada rede social sobre o seu coração ter sido partido, sobre estar na tão falada “friendzone”, sobre as mulheres não terem coração ou sobre você não crer mais no amor…há uma garota.
  Uma garota que você esqueceu.
  Uma garota, coberta por um edredom azul marinho, chorando copiosamente, jurando a si mesma que precisa te tirar do coração pra ele parar de doer. Porque você é como uma droga ilícita: no início é prazeroso, trás euforia, sensações únicas e uma alegria inimaginável. Você faz mal, antes que se possa notar. Seus prazeres escondem os seus malefícios. E quando eu precisei me afastar, entrei numa crise de abstinência de você.
  Mas é isso que eu estou fazendo.
  Agora é pra valer.
  Sem medo de estar errando. Sem medo de sentir a sua falta nos próximos anos. Sem medo de achar que tomei a pior decisão possível. Sem medo de ficar pensando “e se?”.
  Porque você se foi primeiro. Você me abandonou. Você me deixou sozinha, quando eu ainda estava do seu lado. Me trocou por ela — da pior forma possível. 
  Foi você quem me deixou de lado. 
  Foi você que me deixou pra lá. 
  Foi você que me ignorou. 
  Foi você que se esqueceu que eu estava viva. 
  Foi você.
  Não é preciso só falar de amor próprio: é preciso praticá-lo. É preciso vivê-lo todos os dias, como o mais importante dos relacionamentos. E é aí que está: eu me traí com você. Me enganei com você. Me quebrei por você. Fiz tudo o que jurei a mim mesma jamais fazer. E foi por você.
  Não posso continuar fazendo essa barbárie a mim mesma, como se fosse algo saudável. Não posso continuar insistindo em algo que só me faz mal, só me põe pra baixo.
  Não posso continuar amando profundamente alguém que nunca me amou.
  Então, aqui estou eu. De frente ás grandes portas do seu coração. Talvez eu nunca tenha estado aqui pra valer. Talvez minha mente tenha me enganado.
  Encaro algumas rachaduras na entrada e sorrio: não fui eu que as causei.
  Minha grande mala está do meu lado.
  Eu quase posso ouvir nitidamente cada batida do meu coração. Aquela sensação nervosa me matando por dentro. Mas uma pequena alegria: não vou mais chorar por você. Acabou. Estou livre.
  Agora eu posso ir.
  E você também.
  Vai ser uma longa guerra pela frente: você me vendo com outros, eu te vendo com outras.
  Quero seguir em frente. Quero beijar outras bocas, flertar, conhecer gente nova e me divertir. Quero que esse seja o melhor ano possível e, principalmente, quero que você não esteja nele.



[TEXTO] Desistir de você




                                Desistir de você


   Eu estava desistindo de você, mais uma vez.
   Não queria desistir.
   Mas você tem uma habilidade curiosa de forçar as pessoas a isso.
   “Eu sou muito fácil de esquecer” Você disse. Mas sinceramente, você está errado.
   Você é difícil de esquecer. Mas fácil de desistir.
   Porque você apresenta ás pessoas 722822883883337328827373 motivos para desistir de você.
   Mas eu sou a desgraçada que continua pensando em você, mesmo tendo passado por todos os 722822883883337328827373 motivos 27282837378393832333 vezes.
   Dói dizer. Dói admitir. Mas, olhe bem: eu te amo.
   Como nunca amei ninguém na vida.

Texto - O poder de um "oi"




                              O poder de um "oi"



   “Oi moça” havia amolecido o meu coração. Foi a porta de entrada para novos sentimentos.
   Eu estava sorrindo mais uma vez.
   Sorrindo como achei que nunca mais iria sorrir outra vez.
   Ele havia aberto uma porta para que todo aquele rolo inexplicável voltasse a ser o nosso rolo inexplicável.
   Tudo poderia voltar.
   E poderia voltar a dar certo.




Texto - Eu quis chorar


                                                             Eu quis chorar 


  Eu quis chorar.
  Quis chorar de verdade.
  Chorar na frente de todos.
  Só abaixar a minha cabeça e liberar todas as emoções que eu já havia liberado 7282383833 vezes só naquele fim de semana.
  Mas eu me segurei.
  Me segurei ao meu orgulho, que eu nem sabia se ainda tinha.
  E eu não chorei.
  Odeio chorar em público. Odeio chorar nos lugares em que frequento. Odeio chorar na escola. Odeio fraquejar.
  Quis ser forte.
  Eu fui forte.
  Só pra ser fraca logo em seguida.


segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Resenha: O Conto da Ilha Desconhecida - José Saramago

Resenha: O Conto da Ilha Desconhecida - José Saramago






   Sinopse: 

   Um homem vai ao rei e lhe pede um barco para viajar até uma ilha desconhecida. O rei lhe pergunta como pode saber que essa ilha existe, já que é desconhecida. O homem argumenta que assim são todas as ilhas até que alguém desembarque nelas.
   Este pequeno conto de José Saramago pode ser lido como uma parábola do sonho realizado, isto é, como um canto de otimismo em que a vontade ou a obstinação fazem a fantasia ancorar em porto seguro. Antes, entretanto, ela é submetida a uma série de embates com o status quo, com o estado consolidado das coisas, como se da resistência às adversidades viesse o mérito e do mérito nascesse o direito à concretização. Entre desejar um barco e tê-lo pronto para partir, o viajante vai de certo modo alterando a idéia que faz de uma ilha desconhecida e de como alcançá-la, e essa flexibilidade com certeza o torna mais apto a obter o que sonhou.
   "...Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não saímos de nós...", lemos a certa altura. Nesse movimento de tomar distância para conhecer está gravado o olho crítico de José Saramago, cujo otimismo parece alimentado por raízes que entram no chão profundamente.
   Inédito em livro, O conto da ilha desconhecida é ilustrado por oito aquarelas de Arthur Luiz Piza. 


   Autor: José Saramago
   Editora: Companhia das Letras
   Número de páginas: 63
   Nota: 4,5/5



   Publicado em 1997, O Conto da Ilha Desconhecida conta a história de um homem, retratado como "O homem de leme" que tem como objetivo entrar em alto mar, para chegar até uma ilha desconhecida.
   Decidido a chegar até os seus objetivos, sempre que perguntado sobre onde está a tal ilha desconhecida, o homem responde com tamanha ousadia - até mesmo ao rei.
   Em um palácio onde há toda uma burocracia para chegar ao rei e com um rei que nunca falou diretamente com o seu povo, passando os recados por um bocado de gente até chegar até ele, o homem do leme de forma astuta se põe de pé e exige que o rei venha até ele, para atender ao seu pedido. Ficando por volta de três dias, até que em um diálogo cômico, o homem consegue persuadir-lo a vir até ele e - por fim - a atender o seu pedido que aparenta ser um tanto quanto ilógico, para o rei.
   Em suas 63 páginas, o livro é repleto de frases reflexivas e com mensagens sociais de extrema importância, por trás de cada uma de suas palavras. Desde a incerteza dentro da certeza até a uma grande metáfora sobre a humanidade. Muito provavelmente, uma das coisas que eu mais gostei foram os personagens serem sempre retratados por suas profissões, ao invés dos nomes, em uma crítica óbvia ao capitalismo e a valorização do homem pelo que tem e nunca pelo que é. E também, a dinâmica das portas do rei, onde há uma porta onde ele recebe as contribuições do povo e essa porta está sempre á disposição, enquanto a porta onde as pessoas fazem seus pedidos conta com uma burocracia enorme, onde o pedido precisa passar por diversas pessoas, para chegar até o dito-cujo.
   A ousadia do homem, retratada logo no início, dá margem a quebra de um sistema e um alvoroço que apenas um homem, tomado pela coragem pode causar.
   Com uma escrita simples e envolvente, José Saramago nos leva a - literalmente - sairmos de nós, para que assim possamos nos ver. A história passa diante dos nossos olhos de forma rápida e marcante. Num ritmo muito semelhante ao de um sonho. Apresentando personagens e novos elementos a todo momento, mas com sempre uma coisa em comum: não se sabe o nome de nenhum deles.
   De forma peculiar, o autor enche o seu protagonista de desconhecimentos generalizados, ao lado de grandes certezas. Dessa forma, nós chegamos até a sua última página com sede por mais e com bastante pensamentos para colocarmos em dia.
    Nesta versão, o livro conta com ilustrações belíssimas de Arthur Luiz Piza e páginas em papel couché matte.

   "E a ilha desconhecida, perguntou o homem do leme, A ilha desconhecida não passa duma ideia da tua cabeça, os geógrafos do rei foram ver nos mapas e declararam que ilhas por conhecer é coisa que se acabou desde há muito tempo..."



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